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Uso de máscaras – Dicas para melhorar a comunicação

Por um lado, as máscaras oferecem proteção contra a Covid-19; por outro, porém, interferem diretamente na comunicação: mas quais atrapalham menos?
Desde 11 março de 2020, o mundo vem passando por uma longa fase de reinvenção e readaptação, com a confirmação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) da pandemia de Covid-19. A situação trouxe muitas barreiras que estão sendo superadas pela tecnologia e resiliência do ser humano. Muitas sequelas e cicatrizes serão deixadas quando a pandemia for, de fato, controlada. E, em meio a ela, há um grupo de pessoas que sofre ainda mais: os indivíduos com deficiência auditiva.
O uso das máscaras para proteção foi uma das primeiras medidas adotadas como forma de combate e prevenção à Covid-19. No Brasil, isso foi uma grande novidade: tanto é que farmácias e lojas específicas tiveram seus estoques esgotados. Porém, a realidade em outros países era diferente da nossa. Em locais como Japão, Estados Unidos e até mesmo na Colômbia, o uso da máscara como forma de combate a doenças virais era um hábito do dia a dia.
Muito antes da pandemia, era comum ver pessoas transitando com máscaras nesses países. Sendo assim, é razoável pensar que o uso de máscaras não vai se encerrar ao final da pandemia, já que pode se tornar uma medida de cuidado benéfica para a sociedade como um todo no enfrentamento de outras enfermidades.
Mas e os deficientes auditivos?
A comunicação do indivíduo com deficiência auditiva é afetada por sua perda de audição. Quando essa pessoa começa a ter limitações auditivas, ela busca estratégias para se comunicar. Há um período entre o início dos sintomas e a procura por ajuda: estudos indicam que se leva em média 5 anos até que as pessoas vão atrás de tratamento.
Diante de uma nova dificuldade, nosso organismo cria estratégias para se manter comunicativo. O método mais habitual é a leitura labial: todo deficiente auditivo usa essa técnica (conhecida como reforço LOF, a Leitura Oro Facial). Mesmo de forma inconsciente, a leitura labial está presente na vida de todos e integra a nossa comunicação, auxiliando na troca de informações do dia a dia.
Para os indivíduos que utilizam os aparelhos auditivos, esse reforço visual é extremamente necessário para uma boa compreensão – o que é atrapalhado pelo uso da máscara. Por mais que a ideia dos aparelhos seja ajudar o indivíduo a escutar de forma natural, em casos de perdas mais profundas há necessidade de se empregar o recurso da leitura dos lábios para o total entendimento.
Dessa forma, cria-se uma situação complexa: a máscara, que hoje é um item obrigatório de circulação no país, restringe a comunicação com os indivíduos portadores de deficiência auditiva.
Basta se imaginar em um supermercado. São grandes as chances de que você já tenha se deparado com uma senhora, tentando conversar com a atendente e não compreendendo o que ela fala por conta da restrição da leitura labial causada pela máscara, potencializada por uma perda auditiva.


E não se trata apenas da falta da leitura labial, já que as máscaras também atenuam o som da voz, conforme demonstram estudos. A situação pode ser facilmente contornável para a maioria das pessoas, mas não é a realidade de quem sofre com deficiências auditivas. De forma simples: quanto mais grossa for a máscara, mais atenuada ou baixa será a voz.
Diante de todas essas dificuldades relacionadas à pandemia e à possível continuidade de medidas de proteção no futuro, confira três dicas para auxiliar na comunicação com o uso de máscaras, sendo um usuário de aparelho auditivo ou não.
1 – Quais os tipos de máscaras mais adequados?
Como citado anteriormente, as máscaras enfraquecem o som da fala. A University of Illinois realizou um estudo que demonstrou os níveis de atenuação de diferentes tipos de máscara e classificaram as melhores com foco na comunicação. Confira, abaixo, as imagens do estudo :
Em sua linha vertical, a tabela mostra o “volume” em dB, e a linha horizontal indica as faixas de frequência. É notável o quão mais baixo o som vai ficando à medida que as frequências vão baixando. Vale ressaltar que os sons da fala circulam em torno das frequências de 2kHz a 6kHz. O estudo também classifica as máscaras com menor índice de atenuação, que se tornam as melhores para a comunicação.
Com esse raciocínio em mente, as máscaras cirúrgicas seguidas pela KN95 seriam as que menos atenuam a fala. A opção de PVC como a Face Shield é a que mais prejudica o som da fala. Apesar disso, esse modelo viabiliza a leitura labial, o que, em alguns casos, compensa para os deficientes auditivos, principalmente os com perdas auditivas severas ou profundas.
Incluir outra imagem aqui:
Um problema relativo a esse modelo é que geralmente embaçam com facilidade e são difíceis de encontrar, sendo mais adotadas por profissionais da saúde.
2 – Aposte nas expressões faciais
Como já diz o ditado: “um olhar vale mais que mil palavras”. A comunicação, por meio da leitura orofacial, não contempla somente a leitura dos lábios, mas a expressão facial como um todo. A máscara pode tapar o lábio, mas ainda deixa os olhos livres.
Quando nos comunicamos com alguém que sofre com perda auditiva, devemos lembrar de aplicar as nossas expressões, gesticulando bem as entonações de frases que terminam com pergunta, surpresa, felicidade e afirmação. Essa simples estratégia pode melhorar o entendimento do deficiente auditivo.
3 – Regule o seu aparelho auditivo: faça diferentes configurações
É fundamental fazer uso total da tecnologia das próteses auditivas. Hoje em dia, os equipamentos contam com tecnologias de regulagem refinada e muitos deles podem ser configurados para diferentes situações do dia a dia.
Por exemplo, se há dificuldade em ouvir alguém falar com máscara, pode solicitar ao fonoaudiólogo que programe o aparelho para esse tipo de situação. Porém, você não fica o dia todo conversando com as pessoas de máscara.

Quando estiver em casa e sem máscara, com a família, é possível fazer uma segunda regulagem.
Essas configurações podem ser alteradas mediante botões no próprio aparelho ou, dependendo da tecnologia, pelo aplicativo do celular. Alguns aparelhos armazenam até mais de 5 tipos de regulagens diferentes, dando mais conforto para o deficiente auditivo.
Se a máscara vai continuar em nossas vidas como medida de segurança, seja para o controle da pandemia ou outras enfermidades, ela não precisa ser uma barreira para os deficientes auditivos.

Autor: Eduardo Crespim

2 respostas

  1. Realmente, muito difícil entender, principalmente se há ruídos, barulhos no momento que o outro está falando.

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