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Misofonia: a aversão seletiva a alguns ruídos

Apesar do nome pouco conhecido, a misofonia é uma síndrome relativamente comum. No entanto, ela geralmente passa despercebida pelas pessoas que convivem com quem sofre desse problema.

De acordo com uma publicação do Jornal da USP, embora a misofonia tenha existido por muito tempo, ela só foi descrita e reconhecida cientificamente por volta do ano 2000.

O mesmo estudo revela que, anualmente, cerca de 150 mil pessoas são diagnosticadas com a síndrome, que se caracteriza pela aversão seletiva a ruídos específicos e comuns do cotidiano. Isso mostra que a condição é muito mais frequente do que se imagina.

Apesar do impacto significativo que causa no dia a dia do paciente, muitas vezes o sofrimento e o desconforto não recebem a devida atenção ou importância de quem está ao redor.

Por outro lado, pessoas com misofonia podem ser injustamente vistas como mal-humoradas, irritadas ou até rabugentas, enquanto outras optam por sofrer em silêncio para evitar julgamentos.

Quer saber mais sobre essa síndrome? Continue a leitura e descubra detalhes sobre suas características, diagnóstico e tratamento.

O que é misofonia?

O termo misofonia é de origem grega e deriva da união de “miso” que significa aversão, mais “fonia”, que se refere ao som.

Conhecida também como Síndrome da Sensibilidade Seletiva a Sons (SSSS), trata-se de uma condição na qual o paciente reage intensa e negativamente a ruídos comuns e específicos que fazem parte do dia a dia, como, por exemplo:

  • beber, mastigar, mascar chicletes, arrotar, beijar, bocejar, pigarrear e estalar lábios,
  • tossir, ressonar, espirrar ou respiração ruidosa,
  • cochichos, voz anasalada e repetição de palavras,
  • sons de rádio e TV, barulho de relógios de corda e sons derivados da digitação, 
  • mexer chaves, barulhos de salto alto, uso de talheres e abrir papel de balas,
  • latidos, miados, assobios de pássaros, etc.

De modo geral, as pessoas que sofrem dessa síndrome não conseguem ter controle sobre suas reações ao ouvir o som, embora reconheçam que essa sensibilidade é anormal.

Considerada uma doença de ordem psicológica e psiquiátrica e não um problema de saúde auditiva como boa parte da população pensa, as pessoas que passam por essa condição costumam relatar experiências emocionais desagradáveis.

Geralmente, os pacientes que enfrentam a síndrome têm reações emocionais negativas quando expostas aos sons. Para eles, os ruídos geram agitação, raiva, irritabilidade e, por vezes, nojo e pânico.

Alguns também apresentam taquicardia, palpitação, sudorese e mal-estar físico.

Boa parte dos sons que incomodam o misofônico não podem ser evitados, por isso as pessoas que sofrem dessa condição optam por se isolar para evitar desconfortos e reações desagradáveis.

Segundo o Misophonia Institute, em torno de 15% da população mundial adulta possui essa sensibilidade.

Como é feito o diagnóstico?

Ainda não existe um diagnóstico específico para identificar com precisão a misofonia. 

Como dissemos, a misofonia não é uma doença da parte auditiva, por isso, na maioria das vezes, o paciente que sofre dessa síndrome tem o sistema auditivo normal e geralmente testes como audiometria não revelam nenhuma alteração. 

Quando existe a queixa da sensibilidade aos ruídos específicos, o paciente deve o mais breve possível se consultar com um fonoaudiólogo e otorrinolaringologista. Assim, o diagnóstico é baseado no seu quadro clínico. 

Para um diagnóstico mais assertivo, o fonoaudiólogo também irá realizar alguns testes audiológicos para identificar as reações do paciente aos sons e o nível de desconforto que ele sente para então confirmar ou descartar a misofonia.

Como tratar a misofonia?

Também não existe um tratamento padrão para a misofonia, ele deve ser personalizado conforme o quadro clínico, a gravidade dos sintomas, o seu estilo de vida e os impactos que a doença provoca no seu dia a dia. 

Geralmente, o tratamento envolve uma equipe multidisciplinar e pode incluir:

  • utilização de medicamentos como ansiolíticos, antidepressivos e relaxantes,
  • terapias cognitivo-comportamental (TCC): principalmente no desenvolvimento de estratégias o paciente aprender a enfrentar os gatilhos de desconforto,
  • terapia sonora: abordagem que se utiliza de sons relaxantes visando ajudar o paciente a perder a sensibilidade em relação aos ruídos que causam reações intensas nele,
  • mudanças no estilo de vida: são propostas adoção de práticas de relaxamento e cuidados com a saúde mental, bem como técnicas de relaxamento como meditação, por exemplo.

Agora que você sabe o que é misofonia, que tal continuar a leitura e conferir a diferença entre os exames de meatoscopia, audiometria, imitanciometria e quando eles devem ser realizados?

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