Atrasos no desenvolvimento e dificuldades de comunicação e aprendizagem estão entre os fatores que mais interferem na vida das crianças com perda auditiva
Recentemente, abordamos no blog sobre como identificar e tratar a perda auditiva em crianças, uma situação que acomete um a cada mil bebês com perda auditiva significativa permanente ao nascer e 6 em cada mil com perda auditiva leve.
Quanto mais demorado o diagnóstico e o acompanhamento médico e multidisciplinar, mais difícil será para a criança se adaptar e entender este universo dos surdos e deficientes auditivos.
Entre as principais consequências do atraso no diagnóstico e início do tratamento da perda auditiva infantil, estão o retardo no desenvolvimento, principalmente nas habilidades comunicativas, expressivas e receptivas, que interferem no processo de aprendizagem, na entrada no mercado de trabalho e na socialização com amigos e, muitas vezes, com os próprios familiares.
Tem alguém com perda auditiva na família? Saiba como lidar de forma colaborativa e leve.
Como evitar impactos negativos na perda auditiva infantil?
A reabilitação imediata, assim que feito o diagnóstico médico, é importantíssima para o desenvolvimento da criança com perda auditiva e para mitigar os impactos negativos. Expor a criança aos estímulos da linguagem falada é fundamental para que ela tenha menos dificuldades no futuro.
Outra rede de apoio que se deve ter obrigatoriamente é a médica: fonoaudiólogo, psicólogo, otorrinolaringologista, entre outros, vão auxiliar na avaliação da perda auditiva, no acompanhamento e nas orientações, em especial em como a família pode trabalhar a educação e o aprendizado da criança.
É comum ter muitas dúvidas neste período e ter o apoio de especialistas é indispensável. Sendo assim, alie-se a médicos em que você confie e que te passem segurança nas recomendações.
Com a avaliação e o diagnóstico médico, é possível optar pela colocação de aparelhos auditivos, que melhoram o som de fala e do ambiente; implantes cocleares, colocados cirurgicamente para realizar uma estimulação elétrica no nervo auditivo; dispositivos de audição assistida; ou ainda terapias de linguagem e fonoaudiólogas.
Além dos citados acima, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) pode ser uma aliada no processo de comunicação. Aprender a linguagem e incentivar os mais próximos a terem conhecimento da Libras também faz parte.
Família é fundamental
Em especial nas crianças, que estão desenvolvendo todas essas habilidades comunicativas na primeira infância, a interação constante auxilia no processo. Por isso, além da escola – que ajuda de forma única na aprendizagem -, o apoio dos familiares e amigos é de extrema importância, incentivando e estimulando no entendimento das coisas.
Há diversas formas de ajudar a criança com perda auditiva para que ela se desenvolva da melhor maneira possível. Veja algumas dicas:
– Incentive e estimule a comunicação da criança: interaja, pergunte, faça-a treinar a fala e o entendimento;
– Tente falar próximo da criança, a não mais de 2 metros;
– Abuse dos livros e histórias para que ela reconheça as palavras na forma escrita e tente associar aos sons que escuta;
– Prefira locais com menos ruídos e barulhos ao redor, quando possível;
– Recomende e apoie em relação ao uso do aparelho auditivo;
– Esteja sempre preparado para todas as intercorrências que possam acontecer;
– Carregue sempre o contato dos principais médicos da criança;
– Comemore todas as pequenas e grandes conquistas diárias.
O rápido diagnóstico da perda auditiva infantil, acompanhamento constante e apoio familiar e dos mais próximos vão fazer com que a criança se sinta acolhida e preparada para enfrentar um mundo novo.